Não há dúvidas que o aparelho auditivo traz qualidade de vida para quem tem perda auditiva. No entanto, escolher a opção ideal pode não ser uma tarefa fácil. Afinal, existe uma infinidade de modelos, com formatos diferentes e recursos cada vez mais avançados.
Você não está sozinho. Diante desse cenário, é bastante comum ficar em dúvida qual é a melhor escolha. Mas, não se preocupe. Preparamos algumas dicas que vão ajudar você a tomar a melhor decisão. Saiba o que levar em consideração na hora de escolher o aparelho auditivo ideal junto do seu fonoaudiólogo.
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Como funciona o aparelho auditivo?
De forma geral, o aparelho auditivo transforma os sons captados do ambiente em sinais elétricos. Em seguida, esses sinais são processados e amplificados para compensar a perda auditiva. Por fim, os sons amplificados são enviados para o conduto auditivo.
Simples? Pode até parecer. Porém, a ‘mágica’ está no processador. É no chip onde há a maior diferença entre as gerações de aparelhos auditivos.
Atualmente, as versões mais avançadas trazem tecnologias integradas.A inteligência artificial, por exemplo, torna o processo de escuta mais efetivo e confortável. É isso que diferencia um aparelho auditivo de um simples amplificador.
Quanto maior a capacidade do aparelho auditivo de auxiliar o cérebro em processar o som, menos esforço será exigido. Com isso, a adaptação será mais tranquila e o uso mais confortável.
Quais são os modelos de aparelho auditivo
Basicamente, os aparelhos auditivos são divididos em dois grandes grupos: retroauricular e intra-auricular. Conheça um pouco melhor as diferenças entre esses modelos.
Aparelho auditivo retroauricular
O aparelho auditivo retroauricular é composto por uma pequena caixa com componentes eletrônicos conectado a um tubo. Esse tubo direciona o som para um molde/domo inserido na orelha.
Esse modelo é subdividido em:
- BTE, sigla para Behind the Ear (atrás da orelha, em inglês): todos os componentes ficam dentro da caixa e utiliza o hook ou tubo fino e molde personalizado para encaixar na orelha.
- RITE, sigla para Receiver in The Ear (receptor no canal, em inglês): possui a caixa como parte externa, porém o receptor vai dentro do conduto auditivo.
Aparelho auditivo intra-auricular
O aparelho auditivo intra-auricular traz os componentes em uma única peça – a mesma inserida dentro da orelha. Ele é feito sob medida para se adaptar adequadamente e individualmente à anatomia de cada um.
Esse modelo também traz algumas variações:
- IIC, sigla para Invisible in the Canal (invisível no canal, em inglês)
- CIC, sigla para Completely in the Canal (completamente no canal, em inglês)
- ITC, sigla para In the Canal (no canal, em inglês)
- ITE, silga para In the Ear (na orelha, em inglês)
A diferença entre eles está na tecnologia integrada, no tamanho, na maneira como são posicionados dentro da orelha.
O que levar em consideração na hora de comprar um aparelho auditivo
A escolha de um aparelho auditivo deve ser feita sempre com o acompanhamento de um fonoaudiólogo. Só esse profissional é regulamentado e tem a capacidade técnica para indicar a solução auditiva mais adequada de acordo com cada necessidade.
A audiometria fornece o primeiro passo. Com ela temos o grau da perda auditiva e configuração, fatores primordiais.
Porém, a anatomia da orelha também deve ser considerada. O formato da orelha e do canal podem não comportar alguns modelos de aparelho auditivo.
E, por fim e não menos importante, deve-se considerar outros fatores, como a necessidade de comunicação, o estilo de vida e a capacidade motora de manusear o aparelho auditivo.
Dicas para a escolha do aparelho auditivo
Bateria recarregável ou descartável
Ter o aparelho auditivo sempre em uso é fundamental. Por isso, leve em consideração a escolha do tipo de bateria. Os modelos recarregáveis, além de serem mais ecológicos, trazem a facilidade de não ter a necessidade do gasto recorrente com a troca frequente de baterias.
Por outro lado, caso não tenha um carregador portátil ou uma tomada por perto, é sempre um risco o aparelho auditivo acabar desligando.
Nessa situação, se você tem uma rotina mais intensa, com longas horas fora de casa, talvez seja uma melhor opção considerar os modelos com bateria descartável. A facilidade de trocar essas baterias sempre que necessário pode fazer a diferença.
Tecnologia
Nesse ponto é importante entender suas necessidades de comunicação e auditiva. Pense sempre quais recursos vão trazer mais benefícios para superar suas dificuldades, e que vão contribuir também para a diminuição da fadiga auditiva e esforço de escuta.
Gosta de passear ao ar livre? Talvez seja melhor optar por um aparelho auditivo que tenha recursos avançados de gerenciamento de ruídos de vento.
Vai a muitos shows com música ao vivo? Considere optar por uma solução que ofereça uma configuração específica para esse tipo de cenário.
Conectividade
Faz muito o uso do smartphone? Opte por um aparelho auditivo que tenha conectividade com o celular. Seu uso vai ser mais em casa, para assistir televisão? Procure opções que tenham conectividade sem fio com a televisão
Nada melhor do que você mesmo para explicar o que está sentindo. E, claro, compartilhe todas as informações ao seu fonoaudiólogo. Assim, é possível fazer ajustes para tornar o uso cada vez mais assertivo e confortável.
Óbvio que outras questões, como a garantia e o atendimento, também devem entrar em consideração. Afinal, quando você compra um aparelho auditivo, também está adquirindo o suporte e o acompanhamento com o fonoaudiólogo.
Texto: Gabriel Ribeiro
Edição técnica: Fga. Marcella Vidal