A perda auditiva tem um impacto significativo na qualidade de vida. Já imaginou nunca mais apreciar sua música preferida? E deixar de escutar as vozes das pessoas que você ama? Sem dúvida, a audição é um sentido fundamental que permite nossa interação com o mundo ao redor.
O cenário pode parecer assustador – mais de 9 milhões de pessoas enfrentam algum grau de perda auditiva no Brasil, de acordo com o Censo do IBGE, 2010. Mas, a boa notícia é que hoje, na maioria dos casos, há formas de tratamento e prevenção.
Conheça um pouco mais sobre o que causa a perda auditiva e tire suas dúvidas.
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O que é perda auditiva
A perda auditiva é quando existe algum grau de dificuldade em escutar sons de maneira total ou parcial. Existem diferentes tipos de perda auditiva.
A condutiva, como o nome sugere, é causada por problemas na condução do som até a orelha interna.
A neurossensorial resultado de danos nas células sensoriais da orelha interna.
Já a mista, é uma combinação dos dois tipos anteriores.
Vamos conhecer mais informações sobre os tipos de perda de audição.
Tipos de perda auditiva
Perda auditiva condutiva
A perda auditiva condutiva ocorre quando há problemas na condução do som pela orelha externa e/ou média. Geralmente, é causada por obstruções, lesões ou disfunções nas estruturas responsáveis por transmitir o som, como no conduto auditivo, o tímpano ou os ossículos da orelha média.
Essa condição pode resultar em uma diminuição na capacidade de escutar sons de maneira geral, além de uma sensação de bloqueio ou pressão na orelha afetada. O tratamento varia dependendo da causa e pode incluir procedimentos médicos. medicamentos ou, em alguns casos, cirurgia. Em alguns casos, existe a indicação do uso dos aparelhos auditivos.
Perda auditiva neurossensorial
Ocorre devido a problemas na orelha interna. É geralmente causada por danos nas células ciliadas sensoriais que dificultam o processamento do som pelo nervo auditivo.
Essa condição pode resultar em dificuldades de audição, como a incapacidade de escutar todos os sons, distorção sonora, falta de clareza dos sons de fala e dificuldade em compreender a fala em ambientes barulhentos.
A perda auditiva neurossensorial pode ser tratada com a adaptação dos aparelhos auditivos na maioria dos casos, pois depende do grau de perda auditiva e das necessidades individuais. Em alguns casos mais acentuados, existe a indicação do implante coclear.
Perda auditiva mista
É uma condição em que há uma combinação entre a perda auditiva condutiva e neurossensorial. Isso significa que há problemas tanto na condução do som pela orelha externa e/ou média quanto no processamento do som pela orelha interna.
Os sintomas da perda auditiva mista podem variar, mas geralmente incluem dificuldades em escutar sons, distorção sonora e problemas de compreensão da fala.
O tratamento para a perda auditiva mista pode envolver o uso de aparelhos auditivos ou procedimentos cirúrgicos.
Lembre-se: é importante consultar o otorrinolaringologista e o fonoaudiólogo para que possam avaliar o grau e a natureza da perda auditiva. Só assim é possível determinar a melhor abordagem de tratamento.
Graus de perda auditiva
A perda auditiva pode ser classificada de acordo com o seu grau. De acordo com a classificação da OMS, 2020, ela pode ser dividida em:
Audição normal |
Sem dificuldades significativas |
Perda auditiva de grau leve |
Dificuldade para compreender a fala suave, cochicho e distante |
Perda auditiva de grau moderado |
Dificuldade para compreender a fala em intensidade em situações ruidosas |
Perda auditiva de grau moderadamente severo |
Dificuldade para participar de conversa especialmente em locais ruidosos. Mas pode ouvir se falarem com a voz mais alta |
Perda auditiva de grau severo | Dificuldade para compreender a fala em alta intensidade |
Perda auditiva de grau profundo | Muita dificuldade para compreender a fala, mesmo que em alta intensidade e depende de leitura labial |
Principais causas da perda auditiva
Diversos fatores podem contribuir para as causas da perda auditiva. O envelhecimento natural está entre os principais motivos. No geral, isso acontece porque, com o passar dos anos, as células auditivas vão se desgastando.
Outra causa comum é a exposição frequente a situações em que o nível de pressão sonora está acima do recomendado. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) sons com mais de 85 dB podem prejudicar a saúde auditiva. Ou seja, quanto maior o nível de pressão sonora e o tempo de exposição, mais perigoso é.
Infecções, doenças, lesões físicas também podem desencadear a perda auditiva.
Perda auditiva por envelhecimento natural
Também conhecida como presbiacusia, a perda auditiva por envelhecimento natural é uma condição comum que ocorre gradualmente à medida que a idade avança. Geralmente, afeta ambas as orelhas a e é causada pelo desgaste natural das células sensoriais da orelha interna ao longo do tempo.
Os sintomas mais comuns podem incluir dificuldade em escutar sons de alta frequência, conversas em ambientes ruidosos e a necessidade de aumentar o volume da TV ou do rádio.
A perda auditiva por envelhecimento natural impacta a comunicação e a qualidade de vida. Já há estudos associando a condição, quando não tratada, ao agravame.
Perda auditiva induzida por nível de pressão sonora elevado (Painpese)
A exposição frequente a níveis elevados de pressão sonora, como música alta, trânsito intenso ou trabalhos em ambientes com intensidades elevadas, pode causar danos à audição ao longo do tempo.
O uso prolongado e inadequado de fones de ouvido em volumes acima do recomendado também causa danos progressivos à audição.
Essa condição causa a Painpse, afetando principalmente as células sensoriais da orelha interna.
Perda auditiva por infecções e lesões
Infecções como a otite média, podem afetar a audição temporariamente ou causar danos permanentes.
Prevenção da perda auditiva
Muitos casos de perda auditiva podem ser evitados. Conheça algumas medidas protetivas:
- Evitar tempo prolongado em ambientes com nível elevado de pressão sonora;
- Utilizar equipamento de proteção individual (EPI) como os protetores auriculares em ambientes com intensidade elevada;
- Cuidados com a higiene da orelha, evitando o uso de hastes flexíveis;
- Uso responsável de fones, ajustando o volume em níveis seguros;
- Realizar avaliação auditiva regularmente como forma de monitorar e identificar precocemente qualquer alteração.
Impacto da perda auditiva na qualidade de vida
A perda auditiva impacta de forma importante todos os aspectos da qualidade de vida.
Além de dificuldades na comunicação, ela pode levar ao isolamento social, diminuir a autoestima e o desempenho no trabalho ou na escola.
Por isso, é fundamental buscar ajuda assim que surgirem os primeiros sinais de perda auditiva.
Qual é o tratamento para perda auditiva
Hoje, com o avanço da medicina e da tecnologia, há uma gama de tratamentos para a perda auditiva. Entre os mais comuns estão os aparelhos auditivos, as cirurgias e os implantes cocleares.
Muitos são os fatores que definem qual a opção mais indicada. Por isso, apenas após a investigação minuciosa do otorrinolaringologista e de exames como a audiometria é possível ter a indicação do melhor tipo de tratamento.
Quando buscar ajuda
Se você está preocupado com sua audição ou conhece alguém com suspeita de perda auditiva, a melhor alternativa é sempre buscar ajuda de um otorrinolaringologista e fonoaudiólogo.
E o melhor momento para isso é quando se percebe alguns sintomas iniciais. Presença de zumbido, dificuldade de compreender conversas, pedir para repetir o que se fala, ou secreção recorrente devem acender o sinal de alerta.
Texto: Gabriel Ribeiro
Edição técnica: FGa. Marcella Vidal